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Pais e filhos e a vida escolar

Pais e filhos e a vida escolar
Laureano Guerreiro
out. 2 - 5 min de leitura
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O relacionamento entre escola e família demanda uma importante e sensível parceria.

A entrada da criança na escola é sua primeira experiência no mundo; o que chamamos de socialização  secundária. Na escola ocorrerão situações que serão tratadas de forma muito diferente do âmbito familiar. Conflitos e exigências sociais estarão sempre presentes. É no relacionamento com o outro, que traz experiências muito diferentes de nossos valores familiares , que aprenderemos a estar no mundo.

Neste momento de livre informação e de enorme conectividade virtual, crianças e adolescentes estão em contato e sujeitos a todo  tipo de imagens, informações e conteúdos que impactam a formação de todo o universo emocional.

As redes de relacionamentos a que pertencemos impactam nossas percepções, emoções, padrões de pensamento e de comportamento.

No universo familiar e na relação pais e filhos destacamos aspectos estruturantes dos padrões comportamentais das crianças:

Os pais  são fonte de autoridade, respeito e segurança. Crianças ficam muito inseguras quando os pais têm dificuldades de apresentar limites claros, de exercerem o papel fundamental dos adultos – ensinar que todas as nossas ações têm consequências. Os pais não são os melhores amigos dos filhos. A amizade é uma relação horizontal, norteada pelo equilíbrio entre o dar e o receber, não há autoridade entre amigos. Pais e filhos não convivem em igualdade de relação – há assimetria e autoridade entre eles. As crianças precisam da autoridade dos pais para aprender. As  demandas, esforço e responsabilidade dos adultos  não são equilibradas aos dos pequenos. Filhos serão sempre pequenos, independente das diferenças de habilidades com a informação e tecnologias. Os pais são grandes e as crianças e adolescentes sempre pequenos. Quando existe uma ordem, sem a necessidade de autoritarismo, as crianças sentem-se mais protegidas.

A saúde física e emocional dos filhos estão relacionadas a um conjunto de fatores: sono regular, alimentação equilibrada, atividades físicas, rotina nas atividades escolares – espaço reservado aos estudos e tarefas. A atividade escolar é responsabilidade das crianças: a escola norteia as atividades e fornece tudo o que as crianças precisam para o trabalho de casa. Aos pais cabe a supervisão e as regras claras quanto às consequências do não cumprimento da única responsabilidade dos filhos na fase escolar: a dedicação aos estudos. Pai e mãe ajudam os filhos cuidando do relacionamento familiar e dos deveres e obrigações de casa que produzem responsabilidade e autonomia. Em cada fase da vida as crianças têm possibilidade de aumentar sua autonomia. Crianças que não são frustradas e que não realizam pequenas tarefas tende a ser inseguras, exigentes e desrespeitosas com as necessidades alheias.

A qualidade do relacionamento familiar é uma dimensão importante: refeições conjuntas sem a mediação de telas – tablets e smartphones; respeito ao coletivo em espaços públicos como restaurantes, cinemas e shoppings. Atividades lúdicas como leitura e jogos, atividades ao ar livre nos finais de semana, escuta e observação atenta dos filhos. A empatia, a capacidade de compreensão das necessidades e diferenças do outro, desenvolve-se, aprende-se, na escola e em família. São trilhas, caminhos neurais, abertos pela convivência, pelo diálogo e pelo aprendizado na solução dos conflitos.

O universo online é permeado de uma gigantesca carga de imagens e informações liberadas a todos os usuários da web. Google, YouTube, Netflix e o enorme continente de jogos interativos nem sempre são adequados a faixa etária das crianças. É um risco para a saúde psíquica das crianças o acesso liberado ao mundo da web. É um risco o contato com desconhecidos e as ameaças de comportamento de personagens e de conteúdos abusivos disponíveis na internet. O controle sobre a utilização de telas e da internet é vital para a saúde de crianças e adolescentes, principalmente nas refeições, ambientes de socialização familiar (festas e encontros de família) e antes do sono.

Por fim, os filhos não escutam o que os pais falam. Observam e agem a partir da postura dos pais – suas ações e sentimentos. O exemplo é a melhor forma de educação para regras e comportamentos sociais, assim como a observância das leis de trânsito, das regras na utilização de recursos e espaços públicos.

À escola cabe a função do cuidado na transmissão do acervo cultural, da tradição e do desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas e relacionais. Respeitando o contexto familiar de cada criança o desafio escolar é a gestão da diversidade, o desenvolvimento de regras claras e importantes para o equilíbrio, segurança e desenvolvimento de todos os alunos. Como espaço público é importante o respeito e a inclusão de todos; a interdependência de todos nós, em um contexto de conectividade como do mundo atual, mostra como afetamos e somos afetados pelas redes sociais às quais pertencemos.

A gestão destes múltiplos encontros de redes sociais será mais eficaz com confiança e parceria, uma vez que problemas sempre surgirão e os desafios serão sempre novos e diferentes.


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