"Quando os pais são carentes emocionalmente, convém voltar-se um para o outro ou para seus próprios pais. Quando eles recorrem aos filhos para se sentirem confortados ou tranquilizados, os papéis e funções da família são invertidos. Isso é parentificação - filhos assumindo posição de pais para com seus próprios pais. E eles não conseguem se proteger contra semelhante processo. Todos sofrem se a família adota um esquema em que os filhos se sentem responsáveis pelos pais e os pais esperam dos filhos um comportamento de parceiros adultos. Os filhos passam a gozar de uma importância exagerada e inadequada na família e estão destinados a fracassar porque nenhum filho é capaz de preencher o vazio e a necessidade emocional do pai ou da mãe. Os pais, por sua vez, não podem esquivar-se de fazer aos filhos o que na verdade não gostariam de fazer. De nada valem argumentos morais e justificativas lógicas; só o que vale é a experiência concreta do amor. O fluxo do amor pode ser sentido, nunca legislado: os filhos sabem se estão ou não em consonância com os pais".
Bert Hellinger
Livro: A simetria oculta do amor. Capítulo 03 Pais e filhos.