Desde que fui concebida meu objetivo foi te agradar, mamãe querida!
Todas as crianças amam seus pais.
Te amei tanto que passei anos e anos, décadas e décadas, fazendo o que achava que você ia gostar ou, em momentos de revolta (tive muitos!) aquilo que você disse para não fazer, pois odiava.
Me prejudicava para te desagradar.
Tudo era por você e para você. Sempre! De um jeito ou de outro você sempre foi e é o centro de tudo na minha vida. RECONHEÇO.
Sempre em busca da sua aprovação, me superei em muitas limitações, venci muitos dos meus medos e, paradoxalmente, como em tudo que havia entre nós, fiz tudo muito bloqueado, me impedi de evoluir o tanto que poderia e tive tanto receio que me sentia incapaz, apesar de toda a capacidade que sabia que eu tinha (será que tinha?).
Nem mulher fui, mãe, pois você nos achava fracas.
Filhos? Sempre os desejei, mas, você me ensinou que atrapalhavam.
Não os tive! Apesar de você não achar, sou obediente em demasia à você, mamãe.
Estou usando aqui, na maior parte do tempo, os verbos no passado, mas, na verdade, é tudo muito atual, no aqui agora, entre nós duas. Dia 21 de dezembro de 2008 você partiu para o céu. Estávamos na melhor época da nossa relação, sob o meu ponto de vista.
Me sentia tão íntima, tão próxima, tão importante e necessária à você como sempre quis.
Enxerguei nos seus olhos, ouvi lindas palavras de boca e recebi através de seus gestos, atitudes diárias, tudo o que sempre almejei. Até presente em um dos meus aniversários você me deu, você que nunca lembrava quando era meu aniversário.
Tivemos um bom tempo para nos deliciarmos com nosso profundo amor mútuo que teve sempre tantos impedimentos para ser expressado!
Apesar de todo o sofrimento, das dores físicas e emocionais (ou mesmo exatamente por tudo isso!) nos aproximamos e nos permitimos nos amar como sempre desejamos. É. Nós. Porque, mesmo não me sentindo desejada, pertencente, eu nunca quis acreditar que você não me quisesse de verdade.
Você não sabia COMO ME QUERER, né mãe? Foi um deleite para mim esse nosso reencontro nos seus últimos anos aqui, mãezinha.
Lembro quando, para me vingar, claro (perdão, mãe!), mas, também para “chorar um pranto preso por tanto tempo na garganta “ eu lhe contava das lembranças que eu tinha do que você me fazia quando eu era pequena e você me respondia que eu era muito neném, não era possível eu lembrar dessas coisas e me perguntava como se fosse uma criança muito, muito inocente, pedindo perdão com seu meigo olhar: "Eu fui tão ruim assim para você, Má?”.
Foi mãe. Quem bate esquece, quem apanha jamais.
Meu amor. MEU ETERNO AMOR. Como sempre você foi meu tudo, eu achava que era muito ruim e merecia que você me maltratasse e batesse daquele jeito! Afinal, você sempre se comportou de modo disfuncional. Que pena! Um doente adoece. Não há outra alternativa.
Deus te recolheu. Você voltou para a sua casa, para o seu lar e, novamente, me senti abandonada. Você me deixou de novo! Fiquei só. Eu e a minha dor de não te ter novamente! Tão desafiante é a existência.
Você está em mim! Nunca me deixou nem deixará, mas, na época, foi isso que senti e vivi essa dor até agora. Todo tempo desses 12 anos me senti perdida, feito cachorro que corre, corre atrás da roda em movimento e, quando ela para, fica perdido. Não sabia o que fazer.
Agora recupero a graça, mãe.
Não vivi, mãe. Percebo agora. Procurei ser vista e aprovada, apreciada, acolhida por você. Quase consegui. Consegui um pouco e você se foi, escapou! Sinto como se você se sentisse prisioneira de mim. Foram tempos difíceis, onde vivi a dinâmica: "Eu sigo você". Me destruindo para ir até os mortos, até onde a senhora estava.
Agora estou renascendo! De verdade. Estou me libertando de todo sofrimento, julgamentos, expectativas, culpas, distorções.
É sempre tempo de ter uma vida feliz.
Agora, comecei a estudar com uma mulher maravilhosa, uma “mãe de todos ” como chamo, minha amada Mestra Olinda Guedes! Você ia amar ela e a irmã dela, a Susy Guedes que me lembra muito você, a vó Dora, quando canta louvores, quando ora, fala da Bíblia e conta histórias do povo de Deus.
Você ia amar a Sizumi, menina íntegra, dedicada, sensível, inteligente, super atenciosa, assim como as amadas Mari e Ver Lu. Equipe de finíssimo trato!
E a família da Olinda? Você iria se emocionar de assistir o que eu assisto, aprender o que eu aprendo vendo o dia a dia deles, saber o que sei a cada encontro com eles e com meus queridos colegas de curso.
E a Irmã Neiva? Tem visto ela dai? Ouve suas lindas e sensíveis orações? Ah, você vê como a fé é igual em qualquer denominação? Mãe, a Irmã Neiva é jóia rara!
E o Jair? Que voz, que alma. Você ouviu ele de “Deus cantante” para mim? Como amo todos eles e tudo isso. Eles tem sido meus remédios!
Estão me salvando e nem fazem ideia! Sei que ia se emocionar, porque, nos seus últimos anos de vida você me deixou ver seu lado humano, sensível que cheguei a duvidar que tinha, devido a dureza da maneira como me tratava durante minha infância e adolescência.
Nem parecia a mesma pessoa quando suas netas, nossas princesas Rebeca e Thalita, chegaram pela Graça de Deus, através do amor do meu amado irmão Milton pela nossa Miriam amada!
Seu coração amoleceu e eu, que vivia à espera de uma oportunidade para me aproximar e ser amada por você e te dar meu amor, entrei com tudo! Como você dizia “muito melosa“, reprovando, como sempre fez, tanta demonstração de afeto.
Aproveito mesmo! Eita menina impertinente. Por isso apanha tanto.
Mãe, nas canções e vozes que nos embalam nessas aulas terapias que estou assistindo aqui vejo você, o pai, os nossos, eu vejo Deus e sinto e vejo Nosso Salvador Jesus Cristo! Mãe, é uma igreja!
Uma egrégora, como se diz. Estou me curando, mãezinha!
Percebo que não tem razão de ser eu me matar desse jeito para te aborrecer e aborrecer meu pai! Não posso segui-los nessa, meus amores! Vocês e os que os trouxeram até mim, a quem sou tão agradecida e amo tanto! Sinto muito pelo que viveram, mas não vou perpetuar isso. Não sei ainda como, mas quero sair disso e estou tentando, me tratando.
Eu amo muito todos vocês, mãezinha!
Agradeço todos, os honro e respeito, reconheço e sou grata a tudo o que passaram e viveram para trazer minha vida até mim e prometo superar o que eu mesma me faço e vou seguir fazendo diferente de vocês, sem jamais deixar de amar e respeitar a todos, com referência,
Hoje, quando a amada Alice cantava Con Te Partirò - Andrea Bocelli e se emocionou lembrando de sua mãezinha, que talvez você tenha já visto, encontrado aí no céu, pensei tanto em você. Nossa! Como sinto sua falta física, mãe! Dói! Mas, sei que você está em mim: 50% você, 50% meu paizinho.
Nas nossas almas estamos unidas infinitamente e na nossa Rebeca amada você e o pai, todos nós, continuamos. Com a amada Thalita você está aí no céu, junto a Jesus Cristo. Pode ser que você já tenha visto a mãezinha da Olinda e da Susy.
Ela está por aí também! Por favor, agradeça a ela e a mãe da Alice por suas tão preciosas vidas. Ao pai das mestras Olinda e Susy hei de agradecer pessoalmente! Sr. Cizinho. Assim, que passar esse tempo de afastamento compulsório, vou lá conhecê-los e agradecer.
Enquanto isso, mãe, como você tem intimidade com Nosso Senhor Jesus Cristo, peça à Ele para abençoar todos esses e protegê-los, por favor. Fazem muito bem para toda a humanidade! Eu os adotei como família agora que me sinto mais órfã que antes. Você e o pai sabem bem de orfandade.
Por isso só me deram o suficiente, o que tinham para dar. Eu entendo agora. Agora eu sei.
Não precisamos mais disso. Vou curar a mim e, através de mim, a todos vocês meus amados, para depois poder ajudar meus “fregueses”, como você chamava meus clientes, mãezinha!
Segue a letra dessa linda canção que a amada Alice canta para a sua mãezinha e eu para você, meu eterno amor Angelina Dacob Valderamos.
Con Te Partirò - Andrea Bocelli
Quando sono solo
Sogno all'orizzonte
E mancan le parole
Si lo so che non c'è luce
In una stanza quando manca il sole
Se non ci sei tu con me, con me
Su le finestre
Mostra a tutti il mio cuore
Che hai acceso
Chiudi dentro me
La luce che
Hai incontrato per strada
Con te partirò
Paesi che non ho mai
Veduto e vissuto con te
Adesso si li vivrò
Con te partirò
Su navi per mari
Che io lo so
No no non esistono più
Con te io li vivrò
Quando sei lontana
Sogna all'orizzonte
E mancan le parole
E io si lo so
Che sei con me, con me
Tu mia luna tu sei qui con me
Mio sole tu sei qui con me, con me
Con me, con me
Con te partirò
Paesi che non ho mai
Veduto e vissuto con te
Adesso sì le vivrò
Con te partirò
Su navi per mari
Che io lo so
No no non esistono più
Con te io li rivivrò
Con te partirò
Su navi per mari
Che io lo so
No no non esistono più
Con te io li rivivrò
Con te partirò
Io con te
TRADUÇÃO - Com Você Partirei
Quando estou só
Sonho no horizonte
E faltam as palavras
Sim, eu sei que não há luz
Em um quarto quando falta o Sol
Se você não está comigo, comigo
Erga as janelas
Mostre a todos o meu coração
Que você acendeu
Feche dentro de mim
A luz que
Você encontrou pelo caminho
Com você partirei
Países que nunca
Vi e vivi com você
Agora sim os viverei
Com você partirei
Em navios por mares
Que, eu sei
Não, não existem mais
Com você eu os viverei
Quando você está distante
Sonha no horizonte
E faltam as palavras
E eu, sim, sei
Que você está comigo, comigo
Você, minha Lua, você está aqui comigo
Meu Sol, você está aqui comigo, comigo
Comigo, comigo
Com você partirei
Países que nunca
Vi e vivi com você
Agora sim os viverei
Com você partirei
Em navios por mares
Que, eu sei
Não, não existem mais
Com você eu os reviverei
Com você partirei
Em navios por mares
Que, eu sei
Não, não existem mais
Com você eu os reviverei
Com você partirei
Eu com você