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Raiva, desespero e amor

Raiva, desespero e amor
Débora Carvalho
fev. 21 - 3 min de leitura
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Sentimentos intensos como raiva originam-se frequentemente num ponto em que um movimento foi interrompido precocemente, no qual a criança não pôde prosseguir. Essa raiva protege a criança da dor do amor. A raiva aqui é somente o outro lado do amor.

Se eu, na terapia, deixo que se expresse a raiva, repito aquilo que  aconteceu outrora, porque o movimento em direção ao pai ou à mãe permanece interrompido. A experiência é repetida, mas não fica 
resolvida com isso.

Através dessa raiva nós nos colocamos ilusoriamente acima de  nossos pais. Alguns dizem em tal exteriorização de sentimento ao pai ou à mãe: “eu mato você”. Acreditam, então, em primeiro lugar, que o fizeram e, em segundo lugar, que com isso teriam alcançado algo. Não alcançaram nada com isso. Frequentemente se castigam por isso.

Quando na terapia alguém quer ficar com raiva dessa forma eu o paro, porque a raiva é nesse momento um sentimento de defesa. Quando ele, então, não pode mais expressar a sua raiva, chega a uma ligação com o sentimento que está por trás disso, isto é, com o amor e a dor. Esses dois sentimentos estão ligados. Esse amor é muito mais doloroso que a raiva. É o sentimento mais doloroso que existe, porque é vivenciado junto com a sensação de total impotência. Quando expresso a raiva, nego a minha impotência. Não a sinto de forma nenhuma.

A palavra decisiva nesse ponto é que a pessoa atingida diga: “Por favor”. Vocês sentem a força aí em contraposição ao acesso de raiva? “Papai, por favor”. “Mamãe, por favor”. Que força está contida aí, e que dor.

Existem situações nas quais uma criança se sentiu abandonada, talvez porque por engano tenha sido deixada em algum lugar. Então a criança vivência um desespero.

Quando deixo expressar, na terapia, esses sentimentos de desespero, tem um bom efeito. Não são defesas do sentimento vivenciado por ter sido abandonado, mas correspondem exatamente a ele. Isso ajuda, então.

O ódio

O ódio nos prende ao agressor. A vítima está livre do agressor quando se retira. Através dessa retirada deixa o agressor com a sua própria alma e seu próprio destino. Isso é uma forma de respeito. Dessa forma, a vítima fica livre. Esse afastamento do agressor e daquilo que fez para o centro vazio - assim denomino isso - dá força e, de vítima, nos transformamos em protagonistas. Mas, aqueles que perseguem e ficam indignados, os moralistas e os inocentes são, na alma, criminosos. As suas fantasias violentas são frequentemente piores do que os atos dos agressores.

 

Fonte: A fonte não precisa perguntar pelo caminho. Página 44. 

Débora Carvalho 


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