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Muitas vezes a boa solução é difícil, pois nos faz perder a importância

Muitas vezes a boa solução é difícil, pois nos faz perder a importância
Débora Carvalho
out. 30 - 8 min de leitura
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Estou cá refletindo sobre a maturidade, sobre a importância de viver cada etapa, cada ciclo de nossa vida, tendo em vista em que nós paramos na idade em que nos faltou o amor. Tenho observado que é muito comum um amadurecimento precoce no que diz respeito as crianças que não tiveram a oportunidade de desfrutar dos vínculos afetivos com seus familiares ou com seus pais, seja por uma separação ou por emaranhamentos sistêmicos. Essa é uma das dinâmicas que mais aparece na alma e em meu consultório, pois essa criança se tornou adulto muito cedo, aprendeu a sobreviver ao invés de viver e como a vida é cíclica, a roda da vida vai girar. De repente, esse adulto vai se sentir frágil e irá precisar voltar na idade em que te faltou o amor. Essa falta de amor aqui aparece como uma arrogância por que "Muitas vezes a boa solução é difícil, pois nos faz perder a importância".

Esta frase de Bert me deixou um pouco intrigada, pois essa tal importância aqui é puro orgulho do ego ferido. As dores da alma. O amor que nunca se cansa.

Vou compartilhar um pouco das minhas descobertas e experiência de vida com vocês. Neste ano que passou que foi de 2016, tive a oportunidade de no caminho encontrar a área do Direito, foi ali então que eu decidi pegar uma carona, foi uma carona e tanta. Eu realmente demorei um pouco para compreender qual era a minha missão naquele lugar,  já que o meu espaço de atendimento se tornou um escritório de advocacia também.  Foi muito incrível os movimentos.

É feio o que vou revelar para vocês, mas descobri que tenho muita preguiça de me relacionar com pessoas com egos inflados, sabe os ditos obesos intelectuais, aquela pessoa que só ela quem fala, só ela tem razão, que precisa sempre que seu ego seja lustrado. 

Observei então que nesta área onde envolve justiça, algumas pessoas precisam conhecer, estudar Pedagogia Sistêmica.

Percebia que na época em que eu estudava havia um certo preconceito, em relação a Pedagogia e o Direito, os alunos daquela graduação passavam por nós e tinham um certo receio de se relacionar...sabe trocar figurinhas? Seria tão bom... mas eles pensavam que éramos inferiores, por ser um curso com o valor da mensalidade mais em conta. Já pensou?  Na cabeça deles poderia não ficar bem em relação ao status que eles precisavam ostentar. Algumas pessoas sabiam muito, ou seja, tinham um conhecimento considerável, no entanto, não serviam a vida. Uma pena pois se tornam inacessíveis. 

Então meditei muito, abri o meu coração para aprender as lições que a vida trouxe naquele momento, pude olhar sem julgamentos e vi crianças feridas escondidas atrás de certificados, atrás dos diplomas de doutorado. Me senti excluída na época da faculdade e no entanto a vida trabalhou de forma que eu pudesse olhar diferente. Voltei para auxiliar a desenvolver uma nova consciência, mais madura agora, pois minha pois minha linguagem era totalmente diferente, ressoava como um extraterrestre. Nunca ouvi um ET, enfim... vocês entenderam.

É claro que não pude suportar muito tempo e graças a Deus a própria vida me apresentou novas oportunidades de realizar outros trabalhos.  Quando havia esquecido desta experiência, que atuei como alguém que auxiliava nos processos jurídicos para conseguir apoio às crianças com dificuldades de aprendizagens e que precisavam de professore de apoio, já trabalhando em outra área que também  não é mais de aprendiz mediadora, de conflitos, no tribunal de justiça, hoje recebo no meu humilde espaço, alguns daqueles profissionais que me olhavam de atravessado. 

Sabe é tão importante quando recebemos apoio, quando alguém nos estende a mão. A Olinda Guedes me ensina a cada dia a arte da humildade, sobre o simples, ser o certo. O que estou querendo dizer que esteja aonde você estiver esteja por inteiro, esteja de coração. Talvez neste momento a vida esteja tocando uma musica difícil para você dançar, eu saio do ritmo varias vezes, eu também precisei curar meu ego ferido, somos todos um, a vida é uma academia espiritual aonde precisamos diariamente exercitar o músculo da paciência da benevolência e da compaixão. 

Naquele momento, naquele lugar Jesus queria que eu fosse eu mesma, pois no fundo ninguém é tão pobre que não tenha nada a ofertar. Hoje recebo com amor, gratidão, advogados que estão voltando para casa, compreendendo um tanto do pensamento sistêmico, descobrindo e curando as injustiças que ficaram em aberto no sistema, aprendendo que se curvar na presença dos seus pais é também uma oportunidade de  curar o ego ferido e que esse movimento não vai faze-lo perder a importância, muito pelo contrario, irá se tornar um profissional mais empático, mais empoderado. 

Não tem essa de que eu já cresci, não preciso mais dos meus pais, agora que sou médico, agora que sou advogado, agora que sou professora ou terapeuta... isso é ilusão que vamos criando na dor do amor cego da criança, não existe sermos melhores ou superar nossos pais. Tenho percebido que algumas pessoas se formam em algumas graduações, para completar uma tarefa, ou  para se vingarem de seus pais. Claro não estou generalizando, pois se trata de um conteúdo muitas vezes inconscientes.

Repito aqui, admiro e aprendo muito com o Direito a permanecer mais humana e mais humilde nas causas da vida. Pois cada fase da nossa vida é nova e a realidade é que sempre vamos precisar de nossos pais, pois somos os nossos pais. Em cada fase da vida vamos precisar de afeto, de  segurança, de sentirmos acolhidos por eles, por mais feridos que estejamos em relação a eles. Foi através deles que gerou uma ação, foi decisão deles, eles disseram sim para mim e para você. E é só por conta disso, que cada um de nós estamos aqui na vida, tendo a oportunidade de completar muitas tarefas.

Pessoas que não tiveram a presença de seus pais ficaram vazios e vão buscar nas profissões, nas relações, nos cargos de poder, a autoafirmação, na tentativa de preencher esse vácuo, tornando-se exigentes. Quem esta reconciliado com seus pais, sente na alma que possui algo a mais e tem o suficiente, tem o essencial.

Aqui uma reflexão do livro de Bert " Liberados somos Concluídos". 

O ESSENCIAL

No essencial alcança-se o descanso, pois ele realiza. Quanto mais nos desviamos do essencial tanto mais irrequietos, desatentos e confusos nos tomamos. Por isso, podemos ler nas linhas de nossa vivência até que ponto estamos conectados a ele ou até que ponto nos afastamos dele. Quando chegamos ao essencial, sentimos que estamos indo adiante, que algo está chegando à sua meta e, de certa forma, sentimos que, ali, algo essencial está se desenvolvendo. O essencial é comum a muitas pessoas e coisas. Por isso, nele deixamos o particular, o estreito, o ávido e o desmedido para trás; somos inseridos, disponíveis, abrangentes e dedicados. O essencial diferente do não- essencial perdura e porque pode ser calmo e sereno, começa muitas vezes sendo discreto. No entanto é, também, persistente. É agradável e no decorrer do tempo, acaba sendo carregado por muitos. Como se chega ao essencial? Sobretudo através do esperar, pois o essencial não se mostra imediatamente, apenas no momento certo. Às vezes, quando já nos desviamos do essencial, pode demorar muito atéque o alcancemos novamente, pois ele também requer despedidas.

Liberados somos Concluídos Bert Hellinger página 63 

Imagen: Arvore de macieira salva do Google. 


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