Estou eu em paz, cotidiano normal, sem maiores tensões e... sinto uma pontada. Aquela que chega de mansinho, de levinho mais chacoalha. Sinto que preciso de médico, de atenção, cuidado, respirar. Por que não respirar?
Um incomodo passageiro que pede luta. Pronto! Sentindo o sistema de frente, de costas. por todos os lados. Eu sou a que sinto, já fiz tanto, mesmo que pelo inconsciente, para honrar aqueles que vieram antes, de doce a poesia, de tocar tambor a cantar, de lutar pelo direito daqueles que precisam, a amar o todo. E me vem uma imagem na cabeça:
- Cuidador de estrelas!
Eis que tenho uma filosofia: acredito ter um planeta e um zelador de estrelas. Esse por sua vez está encarregado de ser o responsável por todas. Contar estrelas sim, mas conhecê-las também, (para tal, passa dias as ouvindo e as sentindo), limpá-las (por vezes algumas ficam inundadas de poeira, cores de céu misturadas e outras sujeirinhas que podem ser inclusive internas), algumas que ele nunca viu, o chama.
E lá vai ele, mesmo longe, representá-las. Tem umas que já estão apagadas ou semi apagadas, e de onde estão, brilham mesmo assim e ele sente, sente e sente.
Ele, o guardião de tamanho brilho as vezes se exaure, se perde, se cansa. E ufa! Pensa em quanto já fez e ainda precisa fazer. Mas algo é maior nesse dever: O AMOR. Está por todos os lados, vazando, cantando, inundando o ser. Não escapa de perceber estrelas que tiveram vidas inteiras voltadas em ser felizes, do jeito como foi. Como o brilho de todas essas está impregnado em si, transbordando e enchendo o coração de pulsação de vida.
As vezes para trabalhar para elas, ele canta, dança, cozinha, inventa, ri e chora. Mas sabe também que o melhor dele é ser todas elas. Grandes, pequenas, antigas e novinhas que ainda engatinham. De todas as cores, todas fazem parte.
Aaaaaai! Esse cuidador se apaixona, se enamora e se orgulha de pertencer a essa constelação.
Ao ficar sem ar, RESPIRA. Por que não respirar? O universo brilha sobre suas mãos.
Assim, pensando nessa minha filosofia, meio que somos o cuidador, somos a peça que faltava, o que cuida da imensidão de estrelas do céu do seu sistema familiar. É fácil ser esse ser? É e não é. Mas esse céu é seu. Chove, tem trovão, tem sol e dia nublado. Mas todas as estrelas ainda continuam no mesmo lugar.
Cuide delas. Cuide de você. Dance com elas, ria, caia, ame, invente, seja ator, cantor, artista e até Deus. Afinal o brilho de vocês vem de onde mesmo?
No fim sou escritora para as estrelas. Sou cuidadora. Sou a que sinto e dou graças aos céus por isso.
Assim, sigo honrando! As estrelas, os girassóis, os pássaros e toda a diversidade que pulsa em nós.
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Diz Bert que quem chega por último no sistema, sempre sentirá.
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