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RENASCER É POSSÍVEL

RENASCER É POSSÍVEL
Márcia Regina Valderamos
mar. 8 - 9 min de leitura
010

Olá meus amados netos, bisnetos, tataranetos, e todos os que virão.

Quero lhes contar uma história.

Sentem-se aqui aos pés da vovó Márcia Regina Diacov Balderrama.

Vovó? Desde quando, se nem filhos você teve, criatura?

E que sobrenomes são esses?

Você é Valderamos.

Quieta aí, amada Márcia reativa.

Descanse um pouco.

Você está precisando.

Toma aqui esse chazinho de manjericão.

Chega de tantas coisas fortes, pesadas.

Tome algo leve, gostoso para variar.

Esses são os sobrenomes realmente meus.

Respire profunda e suavemente querida e ouça com seus ouvidos bem abertos.

Não tive filhos por via biológica ou adotiva, porém o que tenho de filhos do coração, da minha alma, é algo incontável.

Por isso esse tanto de jovens adultos, adolescentes e crianças aqui em mim e comigo, entendeu?

Vou contar a eles a história e quero que você a ouça também, amiga.

Era uma vez e ainda é uma criança bela, sensível, doce e meiga.

Essa alma pediu um dia ao Deus criador que permitisse que ela nascesse como um ser humano.

Deus, na sua infinita sabedoria, lhe avisou que não seria nada fácil viver em um corpo físico.

Nosso amoroso e cuidadoso pai lhe avisou que ela se esqueceria de quem era e perderia todos seus dons como anjo,

Mas ela insistiu.

Disse que precisava viver essa aventura e sentia que tinha que passar por essa vida como uma pessoa.

Deus então lhe alertou:

-Você não irá se lembrar sempre que todos os seres humanos são anjos como você e que um dia optaram por nascer no mundo, todos vocês estarão inconscientes da sua essência angelical.

Muitos vão te magoar. Você vai magoa-los demais também.

Muitos vão lhe rejeitar, lhe abandonar.

Todos estarão sempre muito machucados, feridos, assim como você vai ficar.

Na ilusão de defender-se, de não se deixarem invadir, evitarão a todo custo se deixar amar por você e você vai querer amar, ajudar, cooperar, e será muito criticada por isso.

Mesmo assistindo a tudo, nada poderei fazer para te proteger, te orientar, pois respeito a decisão dos meus filhos.

A alma disse:

-Ah, Senhor. Eu compreendo e aceito. Quero muito e peço a sua permissão e bênção para ser um igual a meus irmãos e irmãs do mundo.

Prometo que mesmo com todas as dificuldades, jamais esquecerei do Senhor, mesmo porque a fé que tenho em ti é maior do que eu mesma.

E assim foi.

Deus, misericordioso, o onipotente e onipresente, aquele que é, que tudo sabe e pode, abriu as portas do céu e alma se foi.

Chegando na terra, olhou em volta e decidiu por nascer de um casal que acabara de se conhecer.

Ou melhor, um homem e uma mulher que não se conheciam.

Esse casal não tinha condições financeiras, afetiva só espirituais.

Nada tinham além das próprias vidas e da possibilidade de outra vida gerar.

Eram pessoas que, como Deus avisou a pequena alma, estavam extremamente feridos e não conseguiam olhar para ninguém.

Cada qual olhava somente para si mesmo, para suas carências, sofrimentos e dificuldades.

E assim, deles a pequena alma se fez feto.

Já lá no ventre daquela que lhe levaria à luz, se sentiu rejeitada, percebeu que estava correndo perigo.

Aquela mulher não queria filhos e conseguiu evitar que duas das irmãs da alminha não nascessem.

Inclusive, uma delas, a sua gêmea, a alminha viu ser sugada, levada, embora por um liquido escuro e denso.

A alminha chorou e se apavorou.

Se revoltou.

Sentiu raiva de quem matava.

Já não se lembrava que era anjo.

Ao nascer sentiu muita dor, pavor!

Quis voltar e não pode.

Nasceu, mas por pouco não morreu aos dois meses de existência.

Quase teve a perna direita amputada.

Nossa vovó!

Que absurdo Deus deixar um anjo passar por tudo isso!

Por quê Ele que tudo pode deixa um ser indefeso sofrer assim?

Meu neto querido, lembra que Deus disse que não interfere nas escolhas de seus filhos?

Essa alminha, nascida num corpo de uma menininha linda, de cabelinho cacheado, era elogiada por todos, menos na própria família.

Ela foi crescendo, sentiu mais irmãos não nascidos não sendo vistos, sendo impedidos de viver; isso a entristecia.

Não dormia, roía até as unhas dos pés, apanhava por ser muito curiosa e não dormir muito.

Ela ficou muito feliz e recebeu com muito amor o irmão caçula e, desde pequena, cuidava dele, amparava, era sua confidente.

Eram muito amigos até a adolescência.

Assim, ela foi se desenvolvendo e cada vez mais se tornando uma pessoa com quem todos podiam contar, mas ela própria foi se isolando, se descuidando, desprezando seus sonhos, seus desejos, suas metas, porque em casa não se sentia validada nem necessária.

Buscava agradar.

Tudo o que fazia era em função de alguém.

Inclusive os estudos, a profissão que tanto amava, não fazia por si mesma, mas para que alguém da sua família de origem a visse e reconhecesse, para que alguém entre os seus fosse beneficiado.

Como não teve êxito nessa empreitada, esquecida da sua essência angelical, foi se tornando um ser humano reativo, duro, melancólico, solitário, descontente consigo mesmo e com todos.

Renegava a vida e tudo que vinha dela.

Foi ficando amarga e sua amargura fez muito mal para aquele corpo físico que escolheu ter, até que adoeceu emocional e fisicamente de maneira grave.

Totalmente desanimada, esgotada e sem esperanças, buscava nas orações consolo e orientação.

Foi então que Deus, misericordiosamente colocou em seu caminho uma escola que ensina sobre como amar, como ser amado, como ser feliz e fazer os outros felizes.

É a escola real.

A mestra dela é a Olinda Guedes e, faltando oito meses para ela completar 63 anos, foi presenteada com um renascer dentro do próprio ser.

Como assim nascer dentro do próprio ser, vovó?

Você está maluca? Alguém pode nascer novamente por acaso?

Sim, minha querida mocinha linda.

Almas em formato de gente, como a nossa alminha, seres abertos, renascem como pessoas que veem suas feridas internas como curáveis por si mesmos.

Se tornam fiéis, esperançosas, confiantes, perseverantes e recebem o presente que é pertencer à essa família linda que é a escola real, onde todos vocês estão agora sentados, aos meus pés, ao meu redor, me ouvindo.

Mas, vovó, eu já sou velho, como homem calejado, tenho mais o que fazer do que acreditar em histórias.

Com todo respeito minha avó, como isso é possível?

É sim possível.

Sei que você está certo de pensar assim, porque eu mesma vivi 62 anos achando que não era.

Veja bem, ao redor da chácara onde moro tem um pasto enorme onde, durante mais de trinta anos, os donos da fazenda vizinha criaram gado.

O solo desse pasto era pisoteado, descuidado e muito maltratado.

Era só mato e esterco.

Dava dó de ver.

O ano passado pararam de criar gado.

Vieram as máquinas que revolveram a terra.

O solo foi tratado por homens dedicados.

Plantaram soja.

Eu achava que não ia vingar.

Quem vê hoje como está viçosa essa soja não pode imaginar como era inóspito e infértil o solo onde ela está plantada.

E, de vez em quando, os cuidadores vem dar uma olhadinha, colocar umas vitaminas, retirar as ervas daninhas e a soja floresce faceira como resposta do cuidado.

Foi isso que aconteceu com a alminha da nossa história.

A escola real cuidou e continua cuidando dela e ela, de degrau em degrau, vai se aproximando cada vez mais da sua essência angelical.

Todos vocês que passam por essa escola, meus amados e amadas, estão renascendo a cada encontro com a nossa amada mestra e essa querida equipe dela, todos guiados por Deus.

O renascer aqui é possível e é de precisão.

Hoje, quando completo 63 anos de existência nesse corpo físico que escolhi, garanto a vocês.

Tenho apenas 8 meses e 3 dias de renascida, estou viva e saudável.

Nasci de parto natural, pelas mãos da parteira Olinda Guedes, com a colaboração das doulas Susy e Sizumi, tendo agora todos vocês amados, como família, uma família real.

Que história!

Quer dizer que aquela alma que quis vir para cá, aquela alma.

Sim amada Márcia reativa.

Ela sou eu e você.

Somos um grande um.

Então de que adianta se continuo aqui?

Onde está esse seu renascer?

Você é parte de mim.

Me ensina muito.

Nós, agora, sabemos da existência uma da outra e conviveremos com maturidade, com consciência.

Isso é renascer.

Gratidão!

 

 

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