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AS DOENÇAS CONTRAÍDAS PELOS IMIGRANTES DURANTE A TRAVESSIA OCEÂNICA PARA O BRASIL - 3/4

AS DOENÇAS CONTRAÍDAS PELOS IMIGRANTES  DURANTE A TRAVESSIA OCEÂNICA  PARA O BRASIL - 3/4
Márcia Regina Valderamos
mai. 14 - 4 min de leitura
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3ª PARTE:

A CHEGADA NO BRASIL

Em terra, o temor era imenso. A chegada de epidemias vindas do exterior andava de mãos dadas com a imigração. Nas Américas, o número de imigrantes provenientes da Europa e da Ásia havia aumentado de maneira drástica no fim do século XIX e início do XX.

Nos anos decorridos de 1882 a 1891, cinco milhões de estrangeiros entraram só nos EUA (Cueto, 2007: 32, 33). No Brasil, de 1890 a 1924, entraram três milhões de estrangeiros e a ciência pouco sabia sobre a etiologia dessas doenças. Com o advento da microbiologia e a descoberta dos vetores da febre amarela e da peste foi possível extinguir as quarentenas, na primeira década do século XX.

No Brasil,  os imigrantes que conseguiam chegar vivos, sofriam muito também na recepção nos portos; para conter as epidemias, se fazia as quarentenas. Havia tratamento diferenciado dependendo da classe social e poder econômico dos passageiros. A grande maioria era de famílias pobres.

Caso ocorresse doença a bordo ou no porto de origem do navio, os passageiros – os que não tinham a influência ou os recursos para invocar o “sabe com quem está falando?”- iam cumprir quarentena.

Os tripulantes e passageiros doentes eram levados para os hospitais de isolamento na Jurujuba, em Niterói, ou para o São Sebastião, no Caju. Havia também na orla muitos trapiches, armazéns e pequenos cais de madeira onde só pequenos navios de cabotagem ou embarcações de transbordo poderiam atracar. “As mercadorias deixadas na alfândega ou nos trapiches eram retiradas por carroções puxados a bois ou bondes de tração animal que atravessavam com dificuldade as ruas congestionadas do centro da cidade”. Os produtos destinados a outros estados permaneciam nos trapiches até serem transportados. Mas neste período, os serviços portuários no Rio de Janeiro vinham sendo preteridos pelas linhas europeias, que começavam a fazer escala em outros portos brasileiros.

Os desinfetantes utilizados nos processos de desinfecção eram o enxofre, para os passageiros; o cloreto de zinco, para as bagagens e ácido fênico, dentre outros. Quanto às roupas e objetos, o processo era feito pelo vapor quente sob pressão, aplicado pelo tipo de estufa ou pulverizador de Geneste e Herscher.

No lazareto, localizado na Ilha Grande, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, onde se fazia muito mais para “inglês ver”(expressão usada pela imprensa da época, para dizer que não era feito como se devia, mas só para enganar as normas da Inglaterra para conter epidemias) a desinfecção dos imigrantes que chegavam, havia pavilhões separados para passageiros de primeira, segunda e terceira classes dos navios que deveriam passar por tratamento. O foco da desinfecção eram sempre os passageiros de 3ª classe, imigrantes em sua maioria.

A estrutura para a recepção de imigrantes no principal porto do país, o da então capital federal, com hospedaria, lazareto e hospital de isolamento era frágil. Ela não dava conta da enorme quantidade de indivíduos que chegavam continuamente a bordo dos vapores e não assegurava a saúde pública.

Desde o início dos tempos, interesses políticos, econômicos, briga de classes, conflito entre povos prevalece sobre o cuidado com as Nações, com seu povo trabalhador e com a natureza, o que culmina sempre em grandes tragédias e desolação, como o que estamos novamente vivendo hoje no planeta Terra.

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