Como profissionais da ajuda nos deparamos com destinos difíceis. E muitas vezes queremos mudá-los. Não nos damos conta de que querer interferir nesse destino pode se mostrar um tanto arrogante da nossa parte.
Quando ajudamos, devemos olhar para o cliente como adulto que é e não como criança necessitada. Ao acolhê-lo, devemos respeitar o seu destino, olhando, dessa forma, não somente para ele isoladamente e para o caso que ele apresenta a nós, em consulta.
Precisamos acolher e olhar toda a sua família e enxergá-lo inserido num grande contexto.
Ele não é uma parte isolada do todo. Ele faz parte de um contexto familiar, social, enfim, muito maior. Essa é, inclusive, a visão sistêmica: a visão que analisa contextos.
Isso perpassa pela postura de não julgamento. O lugar do profissional deve ser aquele que respeita o cliente e sua história, mesmo quando esta não condiz com a sua percepção e com seus modelos preestabelecidos de certo e errado.
Uma coisa que aprendi com a visão sistêmica é que, por vezes, um cliente trazia um caso semelhante a uma questão que eu vivia com um membro da minha família e eu não me dava conta. Por não ter essa consciência, eu não conseguia resolver o verdadeiro conflito e acabava buscando a solução em outro lugar, pois aquele lugar que o cliente mostrava eu ainda não conseguia acessar em mim mesma.
E acabava não entendendo porque era tão pesado advogar, porque só apareciam casos que demandavam tanto a minha energia e com os quais eu me sentia tão conectada e impelida a “lutar”.
À medida que fui tomando mais conhecimento acerca de mim, das minhas necessidades, mais ajuda fui conseguindo oferecer para as pessoas. A ajuda implica, primeiro, um autoconhecimento.
Senão, você acaba se imiscuindo nos problemas do cliente, inconscientemente.
Portanto, conseguimos ajudar ainda mais quando temos consciência e procuramos nos libertar dos emaranhamentos, quando buscamos resolver as nossas próprias questões.
As ferramentas são diversas e a constelação a que mais me foi útil e continua sendo.