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A Escola e o Trabalho

A Escola e o Trabalho
Márcia Regina Valderamos
out. 26 - 14 min de leitura
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Nossas crianças são o que temos de mais precioso e quando às entregamos para a escola elas teriam que ser acolhidas, recebidas com conforto, com um lugar agradável e seguro, onde se sentissem como se estivessem em cada. Cada uma delas leva para o primeiro dia de aula seus dons que, caso os pais sejam guardiões de suas vidas de seus futuros, já iniciaram o incentivo e a motivação para desenvolverem.

Por serem a esperança para as suas famílias, para a nação onde vivem, elas deveriam ser tratadas de maneira especial, com professores motivados, bem remunerados, preparados didática e emocionalmente para recebe-los e acompanha-los em seu desenvolvimento.

O prédio da escola não é só um amontoado de tijolos e massa. Ali tem energia. Esse local deveria ser cuidado como um local sagrado, pela escola, pelos pais, pelos alunos e por toda a comunidade. A criança se sentiria mais segura e todos na escola se sentiram confortáveis e seguros para trabalhar.

Os professores e todos que ali trabalham não teriam tantas doenças e não ficariam tanto tempo afastados com licença por estresse e outras limitações, que na verdade indicam o descontentamento com o sistema de ensino e com o descuidar do Estado com a escola.

É desrespeitoso e insalubre a maneira como os professores são obrigados a trabalhar em condições sub-humanas na grande maioria das escolas brasileiras, quase que pagando para dar aulas e para que seus alunos recebam alguma instrução. Esse esforço chega a ser inútil, tendo em vista a quantidade de analfabetos funcionais que temos no Brasil e também a falta de pessoas que queira se dedicar a profissão tão honrada de ser professor.

A maioria das pessoas, inclusive os pais, não respeitam a autoridade dos professores, não honram a sua importância para a vida de seus filhos e de todos, e os professores, por sua vez, também desrespeitam os pais, desautorizando-os diante dos filhos; humilhações, desrespeito, indisciplina, mau comportamento, agressividade, etc. são atitudes que as crianças aprendem assistindo essa relação de julgamentos, discórdia e agressividade entre a escola, os pais e a comunidade.

Por isso é preciso essa frieza de alma desde o prédio da escola, suas salas superlotadas de alunos, sem ventilação e iluminação apropriada, janelas e portas com grades, policiais no portão, disciplina militar para os alunos, como se fosse um presidio e não uma escola, com os responsáveis e os que trabalham na escola sempre mal humorado, reativos, desrespeitosos e agressivos entre si e com eles.

A escola é o lugar mais importante da nossa vida depois da casa dos nossos pais. Se os pais não pensam assim a tendência e essa relação aluno/aprendizagem ser um fracasso. A escola, a família e os alunos precisam andar de mãos dadas. Têm pais que só ficam se divertindo, na TV, vídeo game, celular, etc e querem que seus filhos só estudem, mas se as crianças aprendem através do que assistem os adultos, os pais fazendo, não vendo seus pais estudando também não vão querer estudar.

O sentido dos estudos na vida da família deveria se na prática, no dia a dia e não só nas obrigações dos filhos.

É preciso repensar o ambiente escolar. Os alunos precisam se sentir amados, protegidos, seguros, acolhidos e com motivação para aprender e não só irem porque os pais precisam receber a bolsa escola e eles não tem como alimentar os filhos então os “depositam” na escola para terem seu tempo livre, enquanto eles comem alguma gororoba lá e são tratados de qualquer jeito e esses pais nem sabem de nada (e não querem saber, na grande maioria!) do que está acontecendo.

A escola não deveria ser tão mecanicista e só se preocupar em dar conteúdo sem levar em consideração a aptidão de cada aluno. O aluno sua vida na mochila quando chega na escola. Ele é uma pessoa, tem uma família e uma história, assim como cada um dos professores. Melhorando esse relacionamento professor/aluno/pais o sistema de ensino só tem a ganhar, bem como a família e a sociedade.

Pessoas que gostam e se empenham em estudar trazem soluções para a humanidade. São futuros funcionários e/ou empreendedores de sucesso. Um pesquisador que receba ou não remuneração por suas pesquisas e que “vive só estudando” pode ser a salvação do planeta!

Aprender a ser prósperos, a ter sucesso e ganhar dinheiro na vida deveríamos aprender com nossos pais, e a escola deveria validar essa aprendizagem.  Uma criança que tem o modo de assimilação de aprendizagem cinestésica não consegue aprender da mesma forma que uma que mais visual, a outra mais auditiva e isso deveria ser fundamental no processo de aprendizagem, pois irá refletir nos futuros profissionais que elas serão.

Em casa e na escola as crianças precisam aprender que podem brincar a vontade e que tem também coisas que precisamos fazer com propósito, mesmo nas idades mais tenras. Só que nas escolas isso cai por terra e não é feito.

A criança não é levada em consideração na hora dos planejamentos das atividades.

Os adultos, pais, professores, diretores, etc, deveriam estar a serviço dos mais novos, dos filhos, dos professores, sempre atentos às suas necessidades e não forçando-os a se encaixarem em alguma formatação, como se fossem um programa do computador.

Nas empresas tem muitos e muitos profissionais traumatizados com o período escola, com a vida em casa de seus pais e acabam por reproduzir ali o que aprenderam. Se não teve pais funcionais e na escola também não encontrou adultos funcionais, ninguém havia que cuidasse, zelasse por ele, por exemplo, ele vai colocar suas dores de abandono e rejeição na empresa: vai chegar tarde, viver doente, tendo que se afastar constantemente, tirando atestado médico.

Ela precisa “voltar para casa”, mas também não tem a casa dos pais.

Não foge da empresa, como fugiria da escola porque já é adulto, mas tem essa vontade, então, falta mais do que trabalha; a doença frequente significa necessidade de voltar para casa, de buscar amor, acolhimento, segurança, voltar para a mãe afetuosa, guardiã, voltar para a infância feliz, para o amor da mãe.

Nos ambientes organizacionais onde a liderança é positiva, é proativa, onde os líderes são funcionais, há poucas ou nenhuma licença por motivos médicos. São ambientes saudáveis, estimulantes e que propiciam evolução. Então, lideres funcionais podem ajudar seus liderados a se curarem de seus sofrimentos.

Se o líder é disfuncional, autoritário, desrespeitoso, agressivo, incentiva rebelião, pois vem à tona as “crianças rebeldes” de cada funcionário. Portanto, energia chama energia.

Sempre que como constelador se for ajudar uma pessoa com problemas na escola tem que se pensar: De que modo a vida está presente nessa escola? Colocando um tema, constelando, se percebe que a criança que não vai bem na escola é porque ela está trabalhando para que a vida dos seus pais, a vida do seu sistema possa ser ajustada. Só é possível aprender quando temos paz.

Só existe possibilidade de sucesso no aprendizado escolar ou na empresa quando a vida pessoal, quando a vida da família está realmente em harmonia, em paz, ai sim é possível ter concentração para aprender, de olhar para o futuro. Não existem problemas de aprendizagem, déficit de atenção, dislexia, etc. A dificuldade de atenção indica que a criança está com atenção voltada em outro lugar, outra situação, para seu sistema, sua família.

Na Inglaterra quando o aluno não está indo bem na escola eles chamam os pais da criança e perguntam: Seu filho está feliz? Não perguntam sobre se está estudando ou sobre comportamento, só se está feliz.

Porque se não está aprendendo é porque a felicidade não está com ela, nela.

  • Onde está a felicidade?
  • O que é preciso ser feito para aumentar a sua felicidade?

O constelador que é procurado por pais para atender seus filhos com problemas de aprendizagem precisam ser corajosos e fazer essas perguntas sistêmicas, difíceis, mas que conduzem a resultados duradouros rapidamente, e a solução é encontrada sem demora e se estabelece de forma incrível, trazendo muitos outros efeitos positivos nas vidas dos pais, filhos e de todos do sistema familiar.

Felicidade se aprende. Felicidade é uma questão de estratégia.

O que mais faz as pessoas procurarem terapia é um dos maiores sofrimentos da humanidade: dificuldade de relacionamentos com tudo e com todos. Um dos motivos para haver felicidade é quando as pessoas estão prósperas.

Tempo é mãe – Tempo é energia – Se não tiver tempo não irá usufruir do dinheiro que recebeu pelo que trabalhou.

Dinheiro/prosperidade é pai - Só se chega ao pai através do olhar, do direcionamento, do encaminhamento, da permissão da mãe.

Tempo é mãe e o tempo vai para a escola e a escola não honra o tempo das crianças. A repercussão disso é o que assistimos no “mercado” de trabalho: “o que é colocado no mercado é mercadoria”.

O funcionário “mata o tempo” no trabalho porque ele não descobriu a honra do tempo. Essa pessoa tem uma orfandade funcional com a mãe. Ela não vê a hora de se aposentar para começar a ser feliz, para “aproveitar” o tempo. Ela fica doente para sair do local onde trabalha porque ela precisa encontrar a mãe, a alegria de viver.

Quando essas pessoas, essas empresas vem para a Constelação, é preciso saber como o tempo dela está sendo honrado. Adultos, empresas, que amam o que fazem, com o que trabalham, cumprem prazos, são pontuais, amam a rotina, são eficazes e produtivos; estão em paz com a mãe. O contrário demonstra que têm sério problema com a memória do feminino, pessoal ou transgeracional.

Precisa constelar.

Dinheiro é uma energia boa, não é místico, não é intocável. Pessoas que tem memória de orfandade paterna pessoal ou no sistema, que sofreram alienação parental com a mãe impedindo a convivência saudável com o pai, não conseguem ver o dinheiro. O dinheiro fica transparente, até desaparece, porque se não tem pai, não tem dinheiro, pois dinheiro é pai.

Quanto menos se precisa do dinheiro mais rico se é.

Êxito na profissão só se consegue quando

1º - se está em paz com os pais, principalmente com a mãe; se só teve genitores, buscar pais internos que representem seus guardiões;

2º - reconciliar com a figura masculina/paterna: estar em paz com a vida, gostar de estudar, de aprender, de pesquisar; ser melhor a cada dia; melhorar como profissional a cada dia; se reconciliar com essa energia de empoderamento;

3º - constelar o curriculum: verificar como se relaciona com cada uma das profissões que teve, com cada função eu desempenhou na vida, olhando com amor para cada uma delas, considerando que uma a uma é a melhor do mundo e sentir uma profunda gratidão, agradecer e honrar.

Artwork >> Marie-Claire Houmeau >> Summer fun

LISTA DO QUE JÁ FIZ PROFISSIONALMENTE:

Amei trabalhar ensacando limão na feira, ajudando um feirante e ganhando uns trocados! Tinha 11 anos e muito orgulho e gosto em entregar o dinheiro que ganhava para minha mãe;

Meu segundo trabalho foi num mercado perto de casa, aos 12 anos, como “guarda-volumes” e “faz tudo”; foram 5 anos de muito aprendizado sobre a vida, sobre as relações com pessoas, com o público e sobre superar meus limites intelectuais, emocionais e mentais;

O terceiro emprego que tive foi como auxiliar de escritório em empresa de relógios de ponto. Fiquei pouco tempo, mas aprendi mais um pouco a lidar com rejeição, timidez e insegurança de lidar com pessoas;

Meu quarto emprego, também por pouco tempo, foi como auxiliar de escritório em departamento pessoal de uma empresa de confecções. Por poucos meses me senti ainda muito frágil para lidar com relações humanas e tive que enfrentar meus medos e minha timidez. Aprendi um tanto mais e sou grata;

Meu quinto emprego foi como auxiliar de escritório em um almoxarifado, numa empresa de confecções; aprendi a lidar com muitas coisas interessantes e atiçou minha curiosidade para coisas novas; esse aprendizado foi uma bênção na minha vida, pois de lá, fui para um emprego melhor ainda;

A 6ª empresa que trabalhei foi como uma mãe para mim! Comecei como auxiliar administrativo dessa metalúrgica e cheguei a secretária de diretoria. Trabalhei por 5 anos ali e só sai porque foi vendida a um grupo internacional, o que também agradeço, pois já estava estudando psicologia e fui ser secretária de diretoria em empresa de telecomunicações, próximo a faculdade que eu cursava, o que facilitou muito minha vida;

Então, nessa 7ª, a de Telecomunicações no ABCD Paulista, fui secretária por dois anos e meio na diretoria de implementação de novas tecnologias, trabalho que me proporcionou conhecimentos ótimos e muito desenvolvimento cognitivo e emocional;

A partir da minha saída dessa última empresa, fui ser o que mais amo fazer na vida: psicóloga clínica, profissão maravilhosa, divina mesmo que exerço até o momento e que é minha grande alegria, meu orgulho.

'Clover in a Milk Can' by Anne Cotterill #artpic.twitter.com/Kse4wEazGK

CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÓDULO 5 – CONCLUSÃO - CURSO FORMAÇÃO EM CONSTELAÇÕES SISTÊMICAS – F-1


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