“Você é adotado...haha”.
Quando eu ouvia essa piada sendo feita como forma de brincadeira entre amigos ou irmãos eu sentia meu estômago virar, tinha vontade de correr e me esconder pra ficar bem longe desse assunto.
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Ser adotada é um misto gigantesco de sentimentos, eu demorei 19 anos para começar a apenas admitir que tinha sentimentos em relação a isso. Todo esse tempo foi como andar emocionalmente com uma unha encravada e inflamada fingindo que ela não estava ali e toda vez que eu ouvia essa piada ou quando alguém exaltava meus pais adotivos como se eles fossem salvadores por terem me aceitado era como se alguém pisasse nessa unha, de salto.
A culpa da unha encravada e inflamada não era da pessoa, mas isso não me impedia de ter vontade de pular no pescoço dela. Foi preciso coragem pra mexer no que doía, mas a minha outra opção era deixar tudo ali paradinho torcendo para parar de latejar e para ninguém nunca mais pisar.
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Mariane Bridi Di Domenico
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